Qual foi a crise do Líbano de 1958?

A Crise do Líbano de 1958 foi uma crise política que foi provocada por agitação política e religiosa no país, levando a uma intervenção militar dos EUA. A intervenção durou três meses até o final do mandato do então presidente, Camille Chamoun. O presidente solicitou a intervenção, com as forças americanas e libanesas ocupando com sucesso o porto e o aeroporto internacional de Beirute no final da intervenção. Houve alegações explosivas de que o presidente queria permanecer no cargo por mais tempo do que o esperado, alterando a constituição.

Antecedentes da Crise

O Líbano foi ameaçado por distúrbios civis entre cristãos moranitas e muçulmanos em 1958. A tensão vinha crescendo entre o Líbano e o Egito, e se intensificou quando o presidente Camille, que era cristão pró-ocidental, não conseguiu romper relações diplomáticas com os países ocidentais, incluindo França e Grã-Bretanha que atacaram o Egito durante a Crise de Suez. O presidente egípcio, Gamel Nasser, ficou irritado com a ação do presidente Camille ao ponto de estar disposto a fazer o que fosse necessário para dificultar seu relacionamento com o Líbano. As tensões foram ainda mais alimentadas pelo apoio do presidente Camille ao Pacto de Bagdá, que também era pró-ocidental e visto pelo presidente Nasser como um obstáculo ao nacionalismo árabe. Em resposta a essa ameaça, a Síria e o Egito se uniram para formar a República Árabe Unida com o primeiro-ministro libanês Rashid Karami apoiando o presidente egípcio. Os muçulmanos no Líbano exigiram que o país aderisse à UAR, enquanto os cristãos preferiam que o país se alinhasse com as potências ocidentais. A relutância do presidente Camille em ceder à demanda dos muçulmanos levou a uma rebelião de muitos muçulmanos com a alegação de que a UAR, através da Síria, estava fornecendo armas. O Presidente Camille relatou a ação da Síria ao Conselho de Segurança da ONU, que enviou uma equipe para investigar as alegações. No entanto, a equipe não encontrou evidências substanciais para as alegações feitas pelo presidente Camille. O golpe final no presidente foi um sangrento golpe militar no Iraque em 14 de julho de 1958, no qual o rei e o primeiro-ministro pró-ocidente do Iraque foram mortos. Presidente Camille foi forçado a pedir intervenção americana

Operação Blue Bat

O presidente Eisenhower dos Estados Unidos respondeu ao pedido de Camille ao formar a Operação Blue Bat para intervir na crise. O objetivo da operação era proteger o regime contra a rebelião muçulmana e quaisquer ameaças dos rivais libaneses. A estratégia era tomar conta do Aeroporto Internacional de Beirute, do porto de Beirute e das áreas ao redor da cidade. A Operação Blue Bat incluiu cerca de 14.000 homens formados por 8.500 forças do Exército dos EUA e 5.670 fuzileiros navais dos EUA. Robert D Murphy foi enviado ao Líbano pelo presidente Eisenhower para convencer os dois lados a chegarem a um acordo. Ambos os lados foram convidados a considerar a eleição de um moderado general cristão, Fuad Chehab, para substituir o presidente Camille. No entanto, o presidente em exercício serviu até o final de seu mandato em 22 de setembro de 1958, o que também marcou o fim da crise. As forças dos EUA partiram do Líbano no final de outubro com uma baixa. A instalação do novo presidente encerrou a crise com um número de mortes de cerca de 4.000 pessoas.